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Em
uma família de tradição
E
de nome bem conhecido
Deu
seu grito de anunciação
Um
menino forte e crescido
Onde
nasceu tinha alegria
Várzea
alegre da cercania
E
com o nome de Luiz José
Ali
por dez anos viveu
Na
barra do rio cresceu
E
no rio grande em são tome.
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Nessa
cidade então foi morar
Onde
sua esposa conheceu
Tratou
logo de se casar
Pois
era desejo seu
Foi
feito o casamento
E
logo nesse momento
Luiz
tornou-se “conhecido”
Homem
forte trabalhador
Mas
uma fama lhe acompanhou
Pelo
que já tinha vivido
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A
prole foi concebida
E
por sete filhos foi abençoado
O
orgulho de sua vida
Era
o que tinha desejado
Uma
família para criar
E
na velhice chegar calmamente
Dona
Lurdinha lhe acompanhando
E
todos os filhos criando
Na
sua luta, seguiu em frente
Festa de Aniversario de Luiz Chapeado |
4
Quando
rói couro era cabaré
Luiz
ingressou na profissão
Com
Maria do brejo, fincou o pé
Tornou-se
garçom por devoção
Todo
dia trabalhava
Aos
convidados agradava
E
nisso se acostumou
Ficou
na casa por um bom tempo
Era
o seu grande divertimento
Mas
tempos depois abandonou
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Era
um homem muito arteiro
E
dotado de certa sabedoria
Foi
trabalhar com zé mineiro
Na
sua iniciada padaria
João
pequeno lhe convidou
E
logo o convite aceitou
Pra
trabalhar noite e dia
Buscava
aprender, era “afoito”
Depois
trabalhou com zé biscoito
Na
cidade de santa luzia
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Em
pouco tempo mudou de profissão
E
o padeiro tinha se aposentado
Mergulhou
com satisfação
No
oficio de chapeado
O
trabalho lhe deu o apelido
Rapidamente
ficou conhecido
Aqui
na nossa cidade
O
que até hoje o povo lhe chama
Mas
o que lhe deu fama
Foi
a sua brutalidade
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Trabalhou
nas “cariocas” de algodão
E
era um funcionário esforçado
Fazia
tudo sempre com atenção
E
nunca ficava parado
Pouco
tempo por lá ficou
E
outra vez de profissão mudou
E
em campina grande foi morar
Da
Embratel era o seu vigia
Cuidava
da empresa todo dia
A
parecia se acostumar
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Depois
pra São Mamede voltou
E
da terra queria cuidar
Pra
agricultura retornou
E
por muito tempo foi trabalhar
Mas
a idade estava chegando
E
o velho chapeado se cansando
E
descansar esperava o dia
Foi
grande a sua felicidade
Pois
com avançada idade
Alcançou
a aposentadoria
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Mas
Luiz gostou de uma profissão
Quem
era de um cabaré administrar
O
rói couro lhe deu satisfação
E
dele mesmo foi cuidar
Era
na rua do berra bode
Tinha
samba e pagode
E
de muita mulher faceira
Luiz
o negócio aumentou
E
logo, logo prosperou
Era
serio sem besteira
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Vinha
moça de todo canto
Pra
na casa trabalhar
Cada
uma com seu encanto
Pra
o seu dinheiro ganhar
Vinha
moças de equador
Sedutoras
cheias de amor
Patos,
Teixeira e região
Luiz,
era quem mandava
E
o cabaré administrava
Era
o dono e o cidadão
Antiga sede do Cabaré |
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O
cabaré assim funcionava
As
“moças” não tinham ordenado
Cada
uma se esforçava
Pra
ter seu “homem” conquistado
A
bebida quem pegava era o cliente
Seduzido
e já bem quente
Gastava
todo o seu dinheiro
Isso
era a noite inteira
E
aos poucos na zoeira
Só
saia por derradeiro
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Vez
por outra tinha uma discussão
Por
ciúme ou coisa inventada
Mas
logo se fazia a apartação
E
a briga se tornava encerrada
Luiz
na questão se intrometia
E
com voz forte logo dizia
Aqui
tem que ter respeito
Ou
se acostuma com o cabaré
Ou
vai embora, dar no pé
Mas
brigar, não tem jeito.
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As
“bebidas consumidas
Eram
montilla, dreher e velho barreiro
Todas
elas bem vendidas
Consumidas
o dia inteiro
O
tira-gosto era ovo cozido e preá
Peixe,
ribaçã e mugunzá
Não
sobrava sequer o pirão
Gastava
muito o cliente
Mas
embriagado e inconsequente
Tornava-se
o dono da situação
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As
músicas mais escutadas
Era
a moda da região
Brega,
forró e lambada
Caipira
samba e arrastão
Todo
mundo se divertia
E
Luiz naquela alegria
Como
dono do estabelecimento
Muito
tempo tinha passado
E
Luiz o velho chapeado
Via
chegar um tal momento
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Talvez
por uma desejada opção
Luiz
resolveu o cabaré acabar
Pediu
a Xandoca e seu filho João
Pra
um abaixo assinado inventar
Cabaré
não queria mais saber
Viu
muita coisa acontecer
E
essa vida queria deixar
O
documento foi feito
Luiz
assinou não teve jeito
E
agora queria descansar
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Aqui
me faço relembrar
De
Luiz e as histórias contadas
Umas
ele diz assinar
Outras
foram inventadas
A
história dos pintos no pilão
Ele
não fez por judiação
Mas
porque a calma tinha perdido
Ele
já não aguentava
E
todo vez que os pintos beliscava
Ele
soltava um gemido.
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Então
“os pinto” pegou
Um
a um com a sua mão
Devagarinho
cada um trucidou
Nas
pancadas do pilão
Nunca
mais foi beliscado
Mas
isso já é passado
Ele
não gosta nem de contar
Foi
só uma brincadeira
Uma
aventura passageira
Não
vale a pena lembrar
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Essa
é uma história falada
Do
velho Luiz chapeado
Conheça
as outras já contadas
De
Luiz aqui homenageado
Tem
a história do pneu furado
A
ponta de pau no pé fincado
E
o rio, a jumenta e a travessia
E
o gato que lhe roubava
A
sovaqueira que ninguém aguentava
E
a viagem pra são Paulo que ele não ia
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Aqui
um espaço tenho que falar
Das
suas saudades de menino
Da
sua fé, que se faz notar
Sua
vida e seu destino
Diz
não gostar de comício
Nunca
acreditou nisso
E
em promessas já faladas
É
um verdadeiro “cidadão”
Honesto,
caprichoso e de ação
Que
tem sua vida contada.
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Uma
vez foi detido
Mais
da cadeia não quis sair
Chamaram
um político conhecido
Para
a cadeia ter que abrir
Foi
por causa de uma discussão
Que
Luiz tinha razão
Mas
se fez de ofendido
Só
saio da delegacia
Quando
aqui a alguns dia
Chegar
o meu velho conhecido
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Então
eu pude homenagear
A
cultura o homem, o aprendizado
As
histórias de Luiz contar
O
que o povo tem contado
Ele
tem o “merecimento”
Porque
possui um conhecimento
Das
histórias do nordeste
80
anos vai fazer
E
os faz por merecer
Luiz
chapeado cabra da peste
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Estamos
todos a lhe parabenizar
Nesse
dia 19 de fevereiro
Luiz
então vai se alegrar
Pois
vai ser festa o dia inteiro
É
o velho Luiz chapeado
Homem
forte, desassombrado
Que
tem histórias pra contar
Tornou-se
uma celebridade
Conhecido
por sua brutalidade
Aqui
do nosso lugar
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Hoje
Luiz vive casado
Com
Maria do socorro nunes oliveira
Um
matrimônio, realizado
Que
tornou-se grande companheira
E
vive sempre lhe ajudando
E
dele com carinho cuidando
Até
quando a morte os separar
Luiz
não é mais chapeado
Mas
ficou assim apelidado
E
agora vive a descansar
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Com
amigos vive a conversar
Na
sua balança do oitão
Quem
aparece vai escutar
História
de medo e assombração
É
um grande aprendizado
Conhecer
Luiz, o velho chapeado
O
homem mais bruto de nossa região
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Essa
biografia pra terminar
Outra
homenagem preciso fazer
A
José Martins que me fez apresentar
A
Luiz chapeado pra eu conhecer
Gabriel
Rufino
Teu
sobrinho e desde menino
Também
ouviu histórias contar
Foi
mesmo um grande aprendizado
Conhecer
Luiz chapeado
Então
vamos todos lhe parabenizar.
Biografia feita pelo historiador e
professor Coló.
Luiz, Gabriel Rufino e Colo. |
Luiz, Socorro e Pequeno no PETI |
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