Meu pai saia cedo de casa...
Lá pro meio dia vinha almoçar.
Quando ele chegava minha mãe sentia o cheiro.
“Aquele cheiro de cachaça”.
Os olhos vermelhos...
Não cambaleava, mas via-se que tava tonto.
Pedia o almoço.
Aos poucos a gente notava que ele.
Precisava dormir.
Antes disso as mesmas reclamações.
Depois do almoço um cochilo.
Ao acordar já era tarde.
O sol quase se pondo.
Minha mãe ficava preocupada
Eu cresci assim.
Vendo o retrato de vida do meu pai.
Um homem entregue ao vício.
Uma família aprisionada.
Hoje percebo que meu pai é um alcoólatra.
E precisa de tratamento.
Meu pai nunca mais saiu de casa.
A doença conseguiu vencê-lo.
Somente alguns amigos de cachaça vêm visitá-lo.
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