Causos
Os causos populares fazem parte de um universo cultural que tem como suporte a tradição oral de um povo, não sendo de fácil definição porque se confunde frequentemente com outros conceitos, como por exemplo, a lenda e o mito. Mesmo assim, poderíamos dizer que um causo popular é um texto narrativo, curto, que procura deleitar, entreter ou educar o ouvinte, e que é geralmente de ficção.
É um texto que tem uma origem anônima, faz parte da tradição oral de uma comunidade e reflete os mais variados sentimentos da alma de um povo, os seus hábitos, usos, costumes, vícios e índole.
Causos de São Mamede
O Peba dos Defuntos.
Aconteceu no cemitério de São Mamede. Todos os dias vários cachaceiros se reuniam na calçada do cemitério par apreciar uma garrafa de pinga. Mas como tempo o tira gosto foi faltando e os cachaceiros ficando aperreados e o jeito era improvisar; um certo dia um cachaceiro avistou um peba andando por cima das sepulturas e tratou logo de avisar os outros por era o tira gosto perfeito. Então fizeram uma armadilha para pega-lo. Foram noite e noite de guarda até que o peba foi capturado. A festa foi muito grande, o peba estava quase se poder andar de tanta gordura. No outro dia reuniram-se todos os cachaceiros e saborearam o peba.
ZÉ PRETO E O CABARÉ
Zé Preto era um vaqueiro valente e afamado na região e quando bebia se estranhava com todo mundo certo dia foi ao prostibulo da cidade e chegando ao recinto as mulheres fecharam a porta para ele não entrar. Como era muito forte aproveitou que ia passando um jegue segurou o bicho pelo meio e jogou em cima do prostibulo, toda a cidade foi ver arrumação de Zé Preto.
O CIUME DE ZÉ OIÃO
Zé Oião era tão ciumento que quanto sai de casa varria todos os lados da casa. Dizia ele que se alguém visitasse sua residência as pegadas ficariam no chão.
O ESTILISTA DE BARRO
Há muitos anos atrás existia em São Mamede um estilista que usava potes para os seus moldes de roupas. Tinha potes para roupas de crianças e até para idosas para mais de 100 quilos.
O VELHO E A CALÇA
Existiu aqui em nosso município um cidadão muito matuto. Todo o sábado ele vinha para a feira. Vinha de cueca até a entrada da rua e quando chagava a esse ponto vistia uma calça comprida, fazia as compras e quando ia voltar para o sitio tirava a calça e ia só de cueca. Dizia ele para economizar roupa.
O SONHO DE ZÉ.
Ai Zé, qual é o teu sonho? O que pensas de nós humanos? O que enfim queres tu com esse teu gesto de rebeldia? Não é normal morar num buraco, esse é o meu ponto de vista. Mas quem sou eu para dar palpite a te, hem Zé? Certamente achas que a vida é muito curta para tanta fadiga. Só Zé, que a fadiga também faz parte da vida e quantos não dariam fortunas para ter fadigas. Só Zé, que tu sabes amar a vida e nós amamos apenas as tolices da vida. Somos tão ingênuos que achamos que você é louco; e Tu Zé o que acha que nós somos, sábios, deuses, demônios ou um bando de alienados que sonham em ganhar na loteria pra ficar rico; ou ainda uma turba de tolos que ousam em dar conselhos a quem nos dar lições de vida.
É Zé, viver é melhor que sonhar – disse o poeta – e tu Zé o que dizes? Dizes que viver é apenas viver sem ostentação, sem orgulho, ou tu ostentas apenas tua superioridade humana para zombar de nós pobres seres cativos, de focinheira curta, de querer pequeno, da liberdade morta na esquina do vivo ali no cenário da omissão. Embora não compreendamos a tua escolha e nem a tua filosofia, mas sabemos que caminhamos ombro a ombro para o mesmo sentido, buscando o crepúsculo que um dia será igual para todos. Zé Pereira, eu te invejo, porque compreendeste antes que o buraco é uma sentença para todos, a última filosofia.
Obs: Zé Pereira morou por mais de 20 anos em um buraco.
ZÉ TUNGÃO
Zé Tungão, como ficou conhecido em nossa cidade, chegou aqui em São Mamede sem conhecimento nenhum, sem nome, sem família e por aqui ficou e morreu, foi o primeiro ser sepultado na época no recém construído cemitério Senhor do Bonfim, como Zé Tungão.
BlogSãoMamede1
Zé Luiz Mineiro
Professor Coló
Jornalista Mario Bento
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