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sábado, 17 de outubro de 2015

Zé Preto a historia de um Vaqueiro

“Corda de laçar do Mimoso”

O Homem que jogou o jumento em cima do cabaré


1
Uma historia vou contar
De Zé Preto o vaqueiro
Que em São Mamede se fez chegar
Do Pernambuco, cidade do Limoeiro.


2
Era criança quando chegou
E no sitio Mimoso foi trabalhar
Chico Pergentino lhe contratou
Pra da sua “boiada” cuidar

3
Era menino trabalhador
E tinha zelo no que fazia
Da sua lida nunca falhou
O ano todo, todo dia.

4
Depois de algum tempo viajou
E em São Paulo foi trabalhar
Mais pouco tempo demorou
E pra São Mamede precisou voltar.

5
Pra o mimoso voltou
E no curral se fez chegar
Pra fazenda retornou
Uma luta sem cansar


6
Depois veio a Carioca de algodão
Araujo Rique - Uma força pra se mostrar
Carregando carreta e caminhão
Pois gostava de Trabalhar


7
Uma vez um fato aconteceu
E muita gente testemunhou
120 Kg Zé Preto ergueu
E o gerente lhe parabenizou.

8
Quando “Seu Misa” casou
Com ele Zé Preto foi trabalhar
Até que um vaqueiro arrumou
E ao mimoso teve que voltar.

9
Com Dona Beatriz foi casado
E sete filhos  lhe concebeu
Ficou viúvo, “desolado”
E foi o que a vida lhe deu.


10
Pra o Rio Grande do Norte viajou
Pra naquelas “bandas” trabalhar
Lá era grande pescador
Mais teve que regressar.

11
Zé Preto não era de discussão
Mais de uma cachacinha gostava
De besta ninguém lhe fazia não
Se acontecesse, ele estourava.


12
Uma vez o cabaré foi visitar
Mais as “Mué” não quis lhe receber
Ele estava doido pra farrar
E ficou de enlouquecer.

13
Depois de não ser recebido
Ele ficou muito abusado
Um “Jumento” recém-nascido
Ia passando ele pegou pelo rabo


14
Maria do brejo no “gango” mandava
E aquela cena a olhar
Enquanto o jumento Zé Preto pegava
E em cima do cabaré ia jogar.

15
Deu uns rodopios no Jumento
E com força o bicho jogou
A cumeeira do gango naquele momento
Com o peso do animal afundou


16
Não tinha raiva de soldado
Mas em São Mamede tinha um atrevido
Quando estava no gango era abusado
Zé preto quando bebia era destemido.


17
“Burrachudo” assim era conhecido
E era natural do talhado
Com Zé Preto havia discutido
E muído estava marcado

18
Zé Preto tinha vindo do Mimoso
E no gango foi tomar uma cachaça
Encontrou Burrachudo todo orgulhoso
Zé Preto pensou de hoje não passa

19
Por causa de cachaça e mulher
A briga estava preparada
Zé Preto não deixou Burrachudo em pé
Pegou pelo meio, deixou a calça rasgada.


20
Depois dessa grande confusão
Maria do Brejo apartou
Burrachudo ficou pelo chão
E tudo aos poucos se acalmou


21
Católico Zé Preto diz que é
E do rosário nunca se apartou
Dona Toinha lhe ensinou a fé
Foi à força, mas se acostumou.
22
Zé Preto diz que tem muita saudade
Quando pelos roçados campeava
Não existe vaqueiro de verdade
Antigamente em toda fazenda se achava
23
De um animal se recordou
Uma burra preta que ele andava
Por muito tempo dessa burra cuidou
Sua companheira que nunca lhe abandonava.
24
Nunca de nada se arrependeu
Pois sempre precisou trabalhar
Lutou com o que Deus lhe concedeu
Não tinha tempo pra vadiar.
25
Não tinha medo de assombração
E qualquer hora da noite andava
Homem valente pegava pela mão
E sua fama em todo lugar se falava.
26
Quando do Açu retornou
Se lembra com satisfação
E a Seu Misa procurou
E lhe fez uma petição.
27
Seu Misa Zé Preto pediu
Umas vacas para cuidar
Cuidar dela garantiu
Pois tinha gente para sustentar
28
Foi pronto atendimento
E seu Misa lhe presenteou
Ali, naquele momento.
As vacas Zé Preto levou.
29
Entre uma historia e outra contada
Se lembra quando uma camionete “atolou”
No rio do Massapê ficou encalhada
Ele foi lá e a camionete puxou.
30
Quando o animal era “brabo” demais
O cavalo preparado já deixava
Se fugia do curral ele partia atrás
E na caatinga derrubava.
31
Nas festas de Picotes aparecia
Pra suas cachacinhas tomar
Ficava até amanhecer o dia
Depois ia pra fazenda trabalhar.
32
Sempre gostou de respeitar
O que foi lhe ensinado deste de menino
Gostava muito de agradar
Seu patrão Chico Pergentino.
33
Chico Pergentino lhe apelidou
Pois na fazenda “outros”  Zé apareceu
Logo a ser chamado acostumou
Desse apelido que recebeu
34
Zé Preto foi uma grande forrozeiro
E quando pudia ia dançar
A noite toda no forró de “Careteiro”
Gafieira, samba, até se cansar.
35
Com o velho Herculano também trabalhou
Pois era vaqueiro bem respeitado
Foi onde tudo começou
Nessa sua vida de gado
36
No mimoso existia muita comida
Rapadura, corredor de boi e feijão
Leite e coalhada para sua lida
Para trabalhar o dia todo sua missão
37
No Papagaio hoje Zé Preto tá morando
Por filhos e netos é arrodeado
Sente suas lembranças passando
E revivendo o que foi no passado
38
Quando precisou se aposentar
Seu “Zuca” muito lhe ajudou
Nesse tempo foi descansar
Seu “Zuca” lhe fez esse favor.
39
Zé Preto sempre foi conhecido
Um vaqueiro que tinha uma missão
Honesto, trabalhador  e destemido
Que tinha respeito e determinação.
40
Depois de muito tempo trabalhar
Nos currais cuidando de gado
Zé Preto vive a relembrar
Toda sua lida do passado
41
Assim eu pude homenagear
A Zé Preto – Um Vaqueiro Caprichoso
Que em uma fazenda ficou a trabalhar
E tornou-se “A CORDA DE LAÇAR DO MIMOSO”
42
Hoje velho cansado, mas resistindo
Zé Preto vive o que passou
Ver suas forças se indo
E da lenda viva que se tornou.
43
Eu professor Coló tentei Homenagear
Com meus amigos, “Pequeno do Peti”, Zé Luiz, companheiros.
Pra São Mamede sempre se lembrar
De Zé Preto o “Rei dos Vaqueiros”.

Professor Coló
São Mamede em 17 de outubro de 2015.

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