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domingo, 19 de agosto de 2012
RETIRANTES
Agora é ora
Muié, pegue o minino
Vamo simbora
Mais ome, o que vai sê da gente?
Num sei.
Num guento esse sol quente
Ome, nois vamo sofrê
Eu sei.
Vamo simbora.
Num quero aqui morrê
I minha famia
Cuma é que vai ficá?
Pense bem muié
Nois tem que se separá
Nesse mundão de "Meu Deus"
Cada um cuida dos seu
E pensa se salvá
Já que cê tá falano
O que é nosso tá se acabano
I nada pudemo fazê
É mió ir simbora
Saí pro mundo afora
Pra viver ou morrer.
Coló Lucena
MENINO DO MATO
Menino do mato, herdeiro do campo
Aprendiz da vida, viver de esperança
Igual ao pai, outro menino e tanto
Vida na terra, vida de criança.
Acorda cedo, de madrugada
O sol amigo, a manhã companhia
Canção de vida, coro da passarada
Menino-rei, vida de alegria.
Sonha tanto e vive a imaginar
Acalenta-se, histórias vividas
Perpetua-se assim, vida a passar
Menino do mato, esperança perdida.
Coló Lucena
CEMITÉRIO
O entardecer é sombrio...
Aqueles que alí estão, descansam?
Talvez. Pensando aqui nesse mundo.
Ao entardecer um ensaio sem a luz.
E quando ela vai embora, silêncio.
Entretanto, todos ficam juntos.
Separados somente pela saudade.
A madrugada parece mais fria...
E os ventos são como sinos distantes.
Tocam sobre "repousos".
Ali, a dor lembra-se a cada momento.
Assim, aos poucos (devagar) as horas passam.
De tudo passa-se.
- Torna-se alheio as lembranças.
E o mundo vai ficando mais sozinho.
Coló Lucena
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
OLHAR
Eu estive observando
E também me perguntando:
- Como de Deus esquecer?
Depois de tudo que Ele realizou
E do "Filho" que nos presenteou
Não dá pra entender
Por tudo se troca o "Senhor"
Como um objeto em promoção
E por falta de oração
A sua "carne" afracou
Diz que tava preparado
E com o laço do diabo armado
Infelizmente, levar se deixou
Agora arrependido
Sofrendo, sozinho e sentido
Já pensa pra Deus voltar
Isso é um bom começo
Mas precisa pagar o preço
Pra aprender a "respeitar"
Respeito pela "salvação"
E também pela comunhão
Com o Evangelho e o caminho
Deus não se deixa enganar
E se novamente se entregar
Nesse mundo ficará sozinho
Ficará no sofrimento
Vivendo só de tormento
Que procurou vivenciar
Deus está esperando
Mas se continuar teimando
No sofrimento vai ficar
Volte enquanto é tempo
Saia logo do sofrimento
E ao Evangelho trate de voltar
Fuja do ensinamento errado
Torne-se outra vez abençoado
Jesus quer te ajudar
Na cruz quando Ele estava
E sozinho agonizava
Para o "futuro" olhou
Ele viu bem adiante
E alí naquele instante
Foi você que Ele avistou
Avistou a sua vida
E dessa luta vencida
Que você insiste em ter
Não adianta ir em frente
E por mais que você tente
Não vai conseguir vencer
Ele viu na madrugada
Uma alma já cansada
Pela sua rebelião
Você sempre quis vencer
Mas o caminho que quis percorrer
Só te levou pra solidão
Sabia e quis te ajudar
E num certo momento lhe chamou
Pra te abençoar
e aos poucos te abençoou
Abençoou sua vida
E a luta já vivida
Transformou-a numa lição
Com certeza essa é a hora
Volte logo sem demora
Seja um verdadeiro cristão
MEIA NOITE
A música foi se calando...
Muitos se perderam entre tantos.
A dança misturou-se às lágrimas.
Você estava se perputuando na fantasia.
O amor.
O sonho.
A vontade de ser feliz;
Tudo isso estava ao seu lado.
Então aconteceu:
"Um grito no meio da euforia"
Um silêncio onde ninguém escutava.
Assim aos poucos você foi embora.
- A lembrança...
Um jeito inocente de ver a vida.
Mãos tentavam lhe ajudar.
Pedidos feitos num momento de oração.
Nada...
Outra vez o silêncio nos invadiu por completo.
Últimos instantes.
Primeiras lembranças...
Últimas lembranças...
Agora a saudade do seu tempo entre nós.
Meia noite...
O início de um novo dia sem você.
J. D. in memorian
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